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PANO TERRITÓRIO . MAO



Em sua nona edição, o PANO TERRITÓRIO homenageia o icônico Museu de Artes e Ofícios, localizado no centro de Belo Horizonte, em dois edifícios ecléticos do primeiro quartel do século XX: antigos terminais de passagens da Central do Brasil e da Rede Mineira de Viação.

A estação: primeiro ponto de convergência e irradiação da vida belo-horizontina, integrando um Museu, que tem como missão a pesquisa da cultura material.

Museu e metrô interagem em uma atraente colisão visual. Um espaço de encontro do trabalhador com sua atividade, com sua história e com seu tempo, onde ele se identifica e reconhece.

As plantas, desenhos originais da fachada e palavras desse contexto são bordadas em evidência com detalhes dos grafismos retirados de uma das portas específicas do prédio: a sala do relógio.

Um convite para uma experiência única de um mergulho na memória dos fazeres e do saber fazer, no tempo e no lugar.


No dia 04 de Outubro de 2025 aconteceu a primeira Feira da Estação. O evento, com curadoria e coordenação de Mary Arantes, fez parte do início da celebração dos 20 anos do SESI Museu de Artes e Ofícios, data também que marcou a abertura da exposição “SOBRE O TEMPO E O LUGAR: as histórias invisíveis que constroem os prédios e grandes monumentos" de Daniela Luz e Luísa Luz (ESTÚDIO VESTE). A obra fica exposta no sagão principal do Museu até o dia 31 de Dezembro e a visitação é gratuita.


Neste contexto, fomos convidadas para uma roda de conversa, a fim de compartilhar com o público nossa pesquisa em torno do PANO TERRITÓRIO e o desenvolvimento de produtos do Estúdio Veste neste vínculo entre o cotidiano doméstico, tecnologia têxtil ancestral e design.  Dane Luz falou especialmente sobre como foi produzida essa edição especial do PANO TERRITÓRIO para o MAO, e convidou nossa parceira Jeciara Ribeiro, da Bordados Ltda, a falar também da sua atuação indispensável para esse trabalho.



> Sobre o PANO TERRITÓRIO:


Numa homenagem à beleza da forma arquitetônica, plantas e fachadas bordadas em tecido são apresentadas em protagonismo para dizer das histórias invisíveis que constroem os prédios e grandes monumentos. Como representantes simbólicos da “alma da casa”, linhas brancas sobre tecido branco indicam trajetos emocionais por onde nossa imaginação é conduzida.

As peças que compõem esta obra que chamamos de PANO TERRITÓRIO poderiam compor um enxoval doméstico clássico ou igualmente cobiçam o lugar do não-utilitário, do contemplativo e da fruição. Nossa pesquisa faz referência aos fazeres tradicionais e cotidianos, aos modos de morar, aos objetos de casa, à nossa atenção ao espaço arquitetônico e a curiosidade com a história das cidades e suas gentes.

O morim, tecido de algodão branco, trama aberta e pouco nobre, foi escolhido como suporte para receber os desenhos em bordado mecânico. Tem inspiração nos bordados de enxovais antigos, feitos tradicionalmente à mão e de forma muito refinada - linha branca sobre tecido branco - porém, a escolha do material e o processo de estampa mecanizada alude à etapa de estudo, pesquisa e das linguagens contemporâneas.

As plantas e desenhos técnicos de fachadas, delineamentos da base e estrutura invisível dos prédios foram escolhidas para ser uma síntese do que se refere à memória imaginativa do ambiente arquitetônico e seu efeito nos modos de viver e ocupar as cidades.


> SOBRE O TEMPO E O LUGAR


A casa sempre foi pra nós um portal para dentro.

Dentro de nós vive uma casa imaginária.

Casas são espaços de história, vãos cheios de memória,

ambientes por onde correm ares que relacionam o fora e o dentro de gentes e lugares.

Abram janelas e portas para que o balé comece.

Suas fachadas são reflexos, iconografia da vida privada que se mostra ao coletivo.

Suas fachadas compõem identidades, são resultado de formas de pensar e viver.

Uma casa pode ser um documento da passagem do tempo.

Pergunte, quem já passou por ela?

Quais momentos irreversíveis ela já viveu?

Se tocar suas paredes, ela te dirá.

E se não mais houver paredes?

Uma casa é um baú, guarda.

Uma casa é um reflexo, guia.

Uma casa é um através, siga.


>Agradecimentos: Mary Arantes, Alexandre Rousset, Jeciara Ribeiro, Bárbara Schall, Mariana Theodorica, Karla Bittar, Kelvin e Caio.

>Fotos: 42 Fotografia . Juliano Arantes




 
 
 

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